Tarifaço de Trump pode reduzir em 70% exportações de uva e manga do Vale do São Francisco

A nova tarifa de 50% imposta pelos Estados Unidos sobre frutas brasileiras exportadas causou apreensão entre produtores do Vale do São Francisco. A medida, que atinge em cheio as exportações de mangas e uvas, pode gerar prejuízos milionários à região, que vive essencialmente do agronegócio.

As embalagens que já deveriam estar cheias seguem vazias. Máquinas paradas e trabalhadores com pouca atividade. Trabalhando há sete anos na mesma fazenda, Jaciene da Silva teme ser demitida.

“Estou um pouco preocupada porque eu dependo, né? Eu fico preocupada porque se a empresa não tem como se manter, então eu vou ter que sair, né?”, diz.

As fazendas estão com a produção no ponto certo para exportar. No entanto, com a indefinição, as contratações temporárias ainda não começaram. Só uma propriedade costuma contratar 700 pessoas por safra. Se nada mudar, esse número será bem menor.

O Vale do São Francisco produz 1,25 milhão de toneladas de manga por ano. Destas, 253 mil toneladas são exportadas, gerando US$ 348 milhões. Só para os EUA são 50 mil toneladas. Com a nova tarifa, a previsão é de queda de até 70% no volume exportado.

“A previsão era enviar 48 mil toneladas. Com a tarifa, isso pode cair para 13 mil. A maior parte vai para o mercado americano, que consome a variedade Tommy Atkins. A Europa não absorve esse tipo e o mercado interno não tem capacidade para tanto volume”, explica Tássio Lustosa, gerente da Valexport.

Por G1

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