Lula vence todos e aumenta distância após tarifaço, diz Pesquisa Quaest

Pesquisa Genial/Quaest divulgada nesta quinta-feira (21), mostra que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva sai na frente em todos os cenários de primeiro turno para as eleições presidenciais de 2026. Além disso, o presidente abre distância sobre todos os possíveis adversários em um eventual segundo turno.

Apesar de inelegível, Jair Bolsonaro (PL) ainda aparece como o adversário mais competitivo dentro da oposição, registrando 28% das intenções de voto contra 34% de Lula.

No entanto, a principal novidade está nas simulações de segundo turno. Pela primeira vez, o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), aparece como o nome mais forte da oposição, superando Bolsonaro. Se a eleição fosse hoje, Lula venceria Tarcísio por 43% a 35%, uma diferença de 8 pontos. Em julho, a vantagem era de apenas 4 pontos.

Desgaste da oposição

O levantamento aponta que Tarcísio sofreu desgaste após a associação ao ex-presidente Bolsonaro no episódio do tarifaço imposto pelo presidente americanos Donald Trump aos produtos brasileiros. Ainda assim, o governador se mantém como principal nome da direita. Em São Paulo, ele venceria Lula por 17 pontos; em Goiás, por 15; no Paraná, por 14; e no Rio Grande do Sul, por 5. Já em Minas Gerais e no Rio de Janeiro haveria empate, enquanto na Bahia e em Pernambuco Lula teria vitórias expressivas, de 42 e 39 pontos, respectivamente.

Bolsonaro, por sua vez, perdeu ainda mais fôlego. Entre julho e agosto, a diferença em relação a Lula dobrou: de 6 para 12 pontos. Em São Paulo, o ex-presidente empataria com Lula, cenário considerado desastroso, já que em 2018 ele venceu Fernando Haddad (PT) por 30 pontos e, em 2022, superou Lula por 10.

Outros nomes testados

A pesquisa também avaliou o desempenho de outros potenciais candidatos da oposição:

  • Michelle Bolsonaro (PL): Lula ampliou sua vantagem de 7 para 13 pontos em um mês. Seu melhor desempenho é em Goiás, onde venceria Lula por 15 pontos, mas o empate em São Paulo e Minas Gerais reduz suas chances.
  • Ratinho Jr. (PSD): O governador do Paraná viu sua diferença em relação a Lula aumentar para 10 pontos. No entanto, em seu estado, abriria 54 pontos sobre o presidente. Em São Paulo, venceria por 5 pontos.
  • Eduardo Bolsonaro (PL): A diferença para Lula cresceu de 10 para 15 pontos em um mês. Ele só venceria em Goiás e no Paraná, empatando em SP, MG, RJ e RS, e sendo derrotado na Bahia e em Pernambuco.
  • Romeu Zema (Novo): O governador de Minas viu a distância para Lula subir de 9 para 14 pontos. Seu trunfo continua sendo o desempenho em seu estado, onde venceria por 13 pontos.
  • Ronaldo Caiado (União Brasil): Lula abriu 16 pontos de vantagem sobre o governador de Goiás, que, apesar da força local — venceria por mais de 50 pontos em seu estado —, segue desconhecido nacionalmente.
  • Flávio Bolsonaro (PL): Testado pela primeira vez, o senador aparece 16 pontos atrás de Lula.

Rejeição e percepção dos eleitores

O levantamento mostra ainda que, pela primeira vez no ano, Lula viu sua rejeição cair e seu potencial de voto aumentar. Com os candidatos da oposição ocorreu o inverso: a rejeição subiu e o potencial de voto permaneceu estável. Para Ratinho, Zema, Caiado e Eduardo Leite, a baixa projeção nacional segue como obstáculo.

Apesar da liderança, 58% dos entrevistados afirmaram que Lula não deveria se candidatar à reeleição. Já 65% defendem que Jair Bolsonaro deveria abrir mão de disputar o pleito, um reflexo da polarização política do país.

Metodologia

A pesquisa Genial/Quaest ouviu 12.150 pessoas entre os dias 13 e 17 de agosto. A margem de erro é de dois pontos percentuais, com nível de confiança de 95%.

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