Diante dos possíveis casos de intoxicação por metanol em Pernambuco, a Secretaria Estadual de Saúde de Pernambuco (SES-PE), através da Apevisa (Agência Pernambucana de Vigilância Sanitária) emitiu, nesta quarta-feira (1º), uma nota técnica destinada às unidades de saúde alertando para os sintomas e condutas que precisam ser seguidas. A recomendação principal é de suspeitar de todo paciente com quadro clínico incomum após ingestão de bebida alcoólica
Até agora, o estado já soma três casos suspeitos de intoxicação, com dois óbitos. O documento detalha sinais clínicos, protocolos de atendimento e medidas de vigilância para conter o avanço dos casos. Os profissionais de saúde devem suspeitar de intoxicação por metanol em qualquer paciente com quadro incomum após ingestão de bebida alcoólica.
Entre os exames recomendados estão gasometria arterial, eletrólitos, osmolaridade sérica e avaliação da função renal e hepática, com atenção especial para casos de acidose metabólica. Avaliação oftalmológica também deve ser realizada, já que a substância pode causar lesões irreversíveis na visão.
O tratamento inclui suporte básico de vida, hidratação venosa, correção da acidose e uso de antídotos específicos. O fomepizol (antídoto para tratar o envenenamento por metanol e etilenoglicol) é considerado o mais indicado, por bloquear a transformação do produto em metabólitos tóxicos, mas pode ser substituído por etanol em situações de indisponibilidade, embora com riscos adicionais e necessidade de monitoramento intensivo. Casos graves podem requerer hemodiálise.
A SES-PE orienta que todo caso suspeito seja imediatamente notificado ao Sistema de Informação de Agravos de Notificação (SINAN) e ao Centro de Informações Estratégicas em Vigilância em Saúde (Cievs-PE). Também recomenda a capacitação de equipes de emergência para diagnóstico rápido e manejo clínico.
“A gente está padronizando uma operação e um modelo de inspeção para que a gente consiga fazer uma intensificação no comércio de bebidas alcoólicas em todo o estado de Pernambuco, não apenas no local onde tem registro [de intoxicação]”, explica a diretora da Agência Pernambucana de Vigilância Sanitária (Apevisa), Karla Baêta. (Diário de Pernambuco)

